segunda-feira, 28 de maio de 2012

A Origem da Cozinha Brasileira

“Com o fim do ano chegando, vejo com alegria a gastronomia brasileira ganhando espaço não só lá fora, mas o mais impressionante  é ver o brasileiro se orgulhando e previlegiando nossa cozinha através de chefs como Claude, Roberta, Rodrigo, Helena, Alex e Thomas que nos representaram em San Sebastián que recebeu pela primeira vez uma delegação de chefs brasileiros, e por isso, posto essa matéria sobre a cozinha brasileira.”
Você sabia que a cozinha brasileira teve sua base nos ingredientes europeus, indígenas e africanos. A maioria das técnicas de preparo e ingredientes com origem indígena sofreram adaptações por parte dos escravos e portugueses.
Tanto os escravos, quanto os portugueses faziam adaptações dos seu pratos típicos por ingredientes locais, como é o caso da feijoada. Esse prato é de origem do norte de Portugal,  onde lá cozinha-se com feijão branco no noroeste e feijão vermelho no nordeste,  e aqui no Brasil foi substituido pelo feijão preto e por lá hoje nos restaurantes é conhecido como feijoada à brasileira."

Os portugueses assimilaram os ingredientes nativos da África, Ásia e América durante o perído colonial e assim sobreviverem em terras estranhas, além da curiosidade, pois no Brasil a produção interna estava limitada a expotação.
Através dos indíginas adicionaram a sua alimentação pratos e ingredientes como a carne de peixe (pirarucú e peixe-boi), jacaré, tartaruga e as frutas. Do peixe-boi também era feito a manteiga.
Todos os povos indíginas já conheciam o fogo, que era utilizado em rituais,  aquecimento, e alimentação onde eram utilizavam panelas de barro sobre três pedras para assar (Trempe), em um forno subterrâneo (biaribi), e colocar espetado em gravetos pontudos para assar no fogo – de onde teria vindo o churrasco do Rio Grande do Sul.
Por vezes a carne cozida servia para o preparo de pirões, mistura de farinha de mandioca, água e caldo de carnes. Havia duas formas de prepará-lo, cozido ou escaldado. Na primeira, o caldo é misturado com a farinha aos poucos e mexido até ganhar consistência adequada, na segunda, simplesmente misturam-se os dois, resultando em um pirão mais mole.
As principais carnes eram as de mamíferos como o porco-do-mato, o queixada, o caititu, a paca, o veado, macacos e a anta, que servia a comparações com o boi, a anta estrangeira.
A pesca, de peixes, moluscos e crustáceos, era realizada com arco a pequenas distâncias, sem haver uma espécie mais apreciada que outras.
Para temperar o alimento usavam a pimenta ou uma mistura de pimenta e sal pilada chamada ionquet, inquitaia, juquitaia, ijuqui e sempre era colocado após o preparo e mesmo comido junto com o alimento, colocando-se um naco de comida na boca e em seguida o tempero. O sal era obtido a partir de difíceis processos de secagem da água do mar, em salinas naturais — sal mineral — ou a partir da cinza de vegetais.
Na África por volta do século XVI incluía arroz, feijão-fradinho, milhetos, sorgo e cuscuz, sendo a carne em sua maior parte da caça abundante de antílopes, gazelas, búfalos, aves, hipopótamos e elefantes. Pescavam pouco utilizando arpão, rede e arco. Criavam gado ovino, bovino e caprino, mas a carne dos animais de criação era em geral destinada ao sacrifício e trocas, além de reserva monetária. Preparavam os alimentos, assando, tostando ou cozendo-o e para temperar a comida tinham apreço pelas pimentas, mas também utilizavam molhos de óleos vegetais, como o azeite-de-dendê que acompanhavam a maioria dos alimentos.
Com a chegada dos imigrantes alemães, italianos, espanhóis, sírio-libaneses, japoneses ao Brasil entre o século XIX e XX, novas influências alimentares foram incorporadas, mas foram os alemães e italianos que destacaram-se na culinária nacional. Os alemães reforçaram o consumo já utilizado pelos portugueses como a cerveja, a carne salgada, sobretudo de porco, e as batatas, mas as comidas alemães não se difundem pelo país ao contrario da italiana que por sua vez, em maior número e mais espalhados pelo território nacional conseguem impor as massas de farinha de trigo e os molhos, como o macarrão italiano que tornou-se alimento complementar, ao lado da farofa, do feijão, do arroz e das carnes. Além do macarrão, outras massas italianas foram trazidas como a pizza, o ravioli e a lasanha e outras comidas que não massas como os risottos e a polenta, além do sorvete como doce e sobremesa e fortaleceram o gosto pelo queijo, usado em todas as massas.
Sendo assim, vimos que longo de mais de 500 anos de história, a culinária brasileira é resultante de uma grande mistura de tradições, ingredientes e alimentos que foram introduzidos não só pela população nativa indígena como por todas as correntes de imigração que ocorreram no período. Cada região do país tem sua peculiaridade gastronômica e sua culinária adaptada ao clima e à geografia. Além disso, o próprio descobrimento do Brasil remete à culinária, já que as caravelas portuguesas desembarcaram aqui em 1500 enquanto navegavam em busca das Índias e suas especiarias. Devido às diferenças de clima, relevo, tipo de solo e de vegetação, e povos habitando uma mesma região, é muito difícil estabelecer um prato típico brasileiro. A unanimidade nacional é, talvez, o arroz e o feijão, cujo preparo varia conforme a região. No entanto, a mistura de dois ingredientes tão comuns na mesa do brasileiro, apesar de característica, ainda não é suficiente para resumir toda a complexidade e a riqueza da culinária nacional.
Contudo, nas últimas duas décadas a Gastronomia conquistou um grande espaço no interesse dos brasileiros e, conseqüentemente, assistimos ao crescimento do mercado como um todo, com novos ingredientes, restaurantes, empórios e mercados, eventos, escolas, mídias e profissionais especializados.
Também, vimos crescer o interesse pelos nossos saberes e tradições culinárias, suas histórias e o interesse pelo próprio Brasil. Tudo isso é muito lindo, muito estimulante, muito enriquecedor para todos nós, para a Nação brasileira e para a Cultura Gastronômica do nosso País, que, cada um de nós, a seu modo e a seu tempo, ajuda a construir.

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